sábado, 1 de dezembro de 2012

Empregabilidade da pessoa com síndrome de Down

Trabalhar é um dos melhores instrumentos de que dispomos enquanto seres humanos, para nos realizarmos como pessoas, para manifestarmos operativamente nossas necessidades e nossa obrigação de servir os demais. Depois vem a satisfação pessoal que o emprego nos reporta, a criatividade do trabalho realizado, o salário que por ele se recebe, nos permitindo cobrir nossas necessidades e nossos gostos pessoais, motivos esses todos legítimos que engrandecem a realidade humana e o que implica em trabalhar. Infelizmente encontramos muitas barreiras para conseguirmos com que a pessoa com deficiência intelectual possa realizar-se com dignidade e inteireza em sua identidade como pessoa trabalhadora. Os empresários alegam alguns motivos para manterem mais resistência a disponibilizar vagas para pessoas com deficiência intelectual, como por exemplo, pessoas com síndrome de Down, optando preencherem as cotas com pessoas com outros tipos de deficiência. Verificamos sérios mitos e esteriótipos neste impedimento da contratação, citaremos alguns: não é bom para a imagem da empresa ter pessoas com deficiência intelectual, pessoas com deficiência intelectual não se relacionam bem, cometem demasiadamente erros, não se interagem com as equipes de empregados, apresentam dificuldades de arrumar postos de trabalho/vagas aonde possam desempenhar-se com sucesso, não são competitivos e atrapalham a produção dos resultados da empresa, etc. Notamos que estas observações são baseadas em mitos e preconceitos em relação à pessoa com deficiência intelectual, como alguém desprovida de maturidade, autonomia e independência. Num panorama geral, o processo de exclusão historicamente imposto às pessoas com deficiência deve ser superado por intermédio da implementação de políticas inclusivas, ações afirmativas e pela conscientização da sociedade acerca das potencialidades dessas pessoas. Para fins da inserção no mercado de trabalho das pessoas com deficiência intelectual, defendemos neste artigo, os princípios do Emprego com Apoio. O deficiente intelectual, podendo ser uma pessoa com síndrome de Down, deverá ter as mesmas oportunidades para obter seu emprego, porém dentro de sua singularidade deverá ser respeitado suas necessidades por meio dos níveis de apoio necessários para sua efetiva inserção no mercado de trabalho e redes de apoio necessárias para promover sua autonomia. Embasados na Resolução nº. 2 artigos 10 e 16 entendemos como intensidades de redes de apoio à pessoa deficiente intelectual, segundo os critérios utilizados pela Organização Mundial de Saúde. Sendo assim, para o Emprego com Apoio poderemos utilizar as mesmas mediações e níveis de apoio a cada caso individual para sua inserção no mercado de trabalho.

sábado, 10 de novembro de 2012

Tratamento de Síndrome de Down

Ao amamentar, o bebê deve estar bem apoiado e completamente acordado. O bebê poderá babar devido a deficiências no controle da língua. No entanto, muitos bebês com síndrome de Down podem ser amamentados com êxito. A obesidade pode ser um problema para crianças e adultos. É importante realizar muitas atividades e evitar alimentos muito calóricos. Antes de começar a praticar esportes, o pescoço e os quadris da criança devem ser examinados. O treinamento comportamental pode ajudar as pessoas com síndrome de Down e suas famílias a lidar com a frustração, a raiva e o comportamento compulsivo que ocorrem frequentemente. Os pais e cuidadores devem aprender a ajudar a pessoa com síndrome de Down a lidar com a frustração. Ao mesmo tempo, é importante incentivar a independência. As mulheres e as adolescentes com síndrome de Down normalmente podem engravidar. Há um maior risco de abuso sexual e outros tipos de abuso tanto em homens quanto em mulheres. É importante para as pessoas com síndrome de Down: •Aprender sobre gravidez e tomar as precauções adequadas •Aprender a defender-se em situações difíceis •Estar em um ambiente seguro Se a pessoa tiver algum problema cardíaco, pergunte ao médico sobre a necessidade de antibióticos para evitar infecções cardíacas chamadas endocardites. São oferecidos educação e treinamento especiais na maioria das comunidades para crianças com atrasos no desenvolvimento mental. A fonoaudiologia pode ajudar a melhorar as habilidades de linguagem. A fisioterapia pode ensinar habilidades motoras. A terapia ocupacional pode ajudar com a alimentação e a realização de tarefas. Um profissional especializado na saúde mental pode ajudar os pais e a criança a lidar com problemas de humor ou de comportamento. Na maioria das vezes, são necessários educadores especiais.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Regatas são canceladas, e dupla do Brasil acaba em 11º na classe Skud18

.06/09/2012 12h08 - Atualizado em 06/09/2012 13h04 Ausência de ventos na raia de Weymouth não permite que barcos entrem na água para a última prova. Resultados anteriores definem classificação final Por GLOBOESPORTE.COM Londres Comente agora Bruno e Elaine ficaram nas últimas colocações em todas as regatas (Foto: Agência Reuters)A dupla brasileira formada por Bruno Landgraf e Elaine Cunha não teve a oportunidade de melhorar seu desempenho, nesta quinta-feira, e ficou em 11º lugar, última posição na classe Skud18 da vela. Os barcos sequer entraram na água. As regatas que definiriam as medalhas foram canceladas por conta da ausência de ventos na raia de Weymouth, e os resultados obtidos anteriormente determinaram as colocações finais das paralimpíadas. Os brasileiros terminaram a competição com 96 pontos (já com o descarte da pior colocação) e não tinham possibilidades de melhorar a classificação final, uma vez que a diferença para o barco à frente era de 19 pontos. Nos cinco dias de regatas, Bruno e Elaine tiveram como melhor desempenho o 10º lugar (penúltimo), por três oportunidades. Em outras seis apresentações, o barco brasileiro foi o último a cruzar a linha de chagada. Em outra, foi desclassificado. O ouro foi conquistado pela parceria australiana, formada por Daniel Fitzgibbon e Liesl Tesch. A prata foi para as americanas Jen French e Jp Creignou, enquanto o bronze ficou com as britânicas Alexandra Rickham e Niki Birrell.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Dupla brasileira segue em último, e aussies ficam perto de título na vela

.05/09/2012 12h19 - Atualizado em 05/09/2012 12h19 Daniel Fitzgibbon e Liesl Tesch lideram na classe Skud 18 com 17 pontos Por GLOBOESPORTE.COM Londres 1 comentárioApós 10 regatas, o Brasil segue em último lugar na classe Skud 18 da vela nas Paralimpíadas de Londres. Nesta quarta-feira, Bruno Landgraf e Elaine Cunha completaram o nono trecho na 10ª colocação, à frente dos malaios Nurul Amili Balawi e Al Mustakim Matrin, mas caíram para 11º na regata seguinte. Na lanterna da competição, a dupla verde-amarela soma 108 pontos (96 se o descarte do pior resultado for levado em consideração). Vencedora de quatro regatas até o momento, a parceria dos australianos Daniel Fitzgibbon e Liesl Tesch lidera a competição, com 17(14) pontos. Em segundo lugar estão os americanos Jen French e Jp Creignou, seguidos pelos britânicos Alexandra Rickham e Niki Birrell. A 11ª e última regata do programa paralímpico, que definirá os medalhistas da classe, será disputada nesta quinta-feira.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sem chance de pódio, dupla brasileira segue na última colocação na vela

04/09/2012 13h36 - Atualizado em 04/09/2012 13h36 Bruno Landgraf e Elaine Cunha completam mais duas regatas em 11º lugar Por GLOBOESPORTE.COM Weymouth, Inglaterra Comente agoraOs fortes ventos em Weymouth atrasaram o início das regatas desta terça-feira e não foram nada favoráveis para o Brasil na classe Skud 18. Bruno Landgraf e Elaine Cunha completaram a sexta e a sétima regatas da categoria na 11ª colocação e seguem na lanterna da classificação geral, sem chances de pódio. Os brasileiros somam 87 pontos (75, já levando em conta o descarte), enquanto os líderes da competição, os austríacos Daniel Fitzgibbon e Liesl Tesch somam 14 (11 com o descarte). Nesta quarta-feira serão disputadas mais duas regatas. A competição termina na quinta-feira, e vence a parceria que tiver o menor número de pontos após 11 regatas.

Pupilo de Ceni, ex-goleiro celebra Paralimpíadas: ‘Dei a volta por cima’

.04/09/2012 10h12 - Atualizado em 04/09/2012 10h42 Revelado pelo São Paulo e campeão mundial sub-17 pela Seleção, Bruno deixa de lado tetraplegia e compete na vela nos Jogos de Londres Por Cahê Mota Direto de Londres 1 comentárioO sonho de criança de disputar uma Copa do Mundo, Bruno Landgraf realizou. Aos 17 anos, foi à Finlândia e voltou com o título da categoria para o Brasil, ao bater por 1 a 0 na decisão a Espanha de Cesc Fàbregas. O futuro estava encaminhado. Revelado pelo São Paulo, chegou a ser apontado como substituto natural de Rogério Ceni. Um acidente de carro em 2006, no entanto, interrompeu a trajetória do goleiro, que já tinha “subido” para seleção sub-20. Nada que o impedisse, porém, de continuar representando o país. Tetraplégico, trocou as luvas pelo timão e compete na vela nos Jogos Paralímpicos.

sábado, 1 de setembro de 2012

No remo adaptado, Brasil assegura vaga em duas finais do Single Skiff

.01/09/2012 12h14 - Atualizado em 01/09/2012 12h14 Cláudia Santos e Luciano Oliveira passam nas repescagens da classe AS, no feminino e no masculino, respectivamente Por GLOBOESPORTE.COM Londres, Inglaterra Comente agorasaiba mais Conheça as modalidades do programa Entenda os critérios de classificação funcional dos atletas em Londres O Brasil terá representantes em duas finais do remo adaptado nas Paralimpíadas de Londres. Neste sábado, no lago de Eton Dorney, Cláudia Santos e Luciano Oliveira terminaram na segunda posição em suas repescagens no Single Skiff da classe AS no feminino e masculino, respectivamente. Com o resultado, os dois disputarão medalhas neste domingo. Cláudia entra na raia às 6h50m, e Luciano Oliveira às 7h10m (horários de Brasília). - O Luciano remou neste sábado como eu nunca vi e, para nós, é uma grande vitória ele chegar à final A. É um atleta que merece, pois sempre trabalha duro. A Cláudia precisa mostrar mais na disputa pela medalha, até porque na repescagem ela estava muito confiante na classificação e remou sossegada – avaliou o coordenador técnico do remo, Rodrigo da Silva. Em outras duas categorias, o país disputará a final B para definir os classificados entre a sétima e a 12ª posição. No Double Skiff misto da classe TA, Isaac Ribeiro e Josiane Lima representarão o Brasil. Jairo Klug, Luciano Pires, Norma Balzacchi, Regiane Nunes e o timoneiro Maurício de Abreu competem no 4 Com Misto da classe LTA.

Brasil começa mal na vela e termina primeiras regatas na última posição

.01/09/2012 12h24 - Atualizado em 01/09/2012 13h48 Bruno Neves e Elaine Cunha ficam no 11º lugar das duas primeiras provas da classe Skud18 para duplas mistas Por GLOBOESPORTE.COM Londres, Inglaterra Comente agorasaiba mais Entenda os critérios de classificação funcional nas ParalimpíadasConheça as modalidades disputadas nas ParalimpíadasA participação brasileira na vela nas Paralimpíadas de Londres não começou muito bem. Neste sábado, no primeiro dia de competições em Weymouth, o barco formado por Bruno Neves, ex-goleiro do São Paulo, e Elaine Cunha terminou na última posição (11ª) nas duas primeiras regatas da classe Skud18 para duplas mistas. Serão 11 regatas no total, com a pior corrida sendo descartada. A competição segue neste domingo, com as regatas 3 e 4. Os líderes até o momento são os barcos da Grã-Bretanha (Alexandra Rickham e Niki Birrell) e da Austrália (Daniel Fitzgibbon e Liesl Tesch), com uma vitória e um segundo lugar para cada.
Bruno Neves e Elaine Cunha não iniciaram bem as Paralimpíadas de Londres (Foto: Patricia Santos/CPB)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Remo

Remo Paralímpico brasileiro busca o ouro em Londres A Seleção de Remo participará dos Jogos Paralímpicos de Londres com nove atletas. Em Manchester, a delegação treina no Canal da cidade, com expectativa de fazer história nas Paralimpíadas e conquistar pelo menos dois pódios. Estão em disputa quatro medalhas, (uma feminina, uma masculina e duas mistas). A modalidade entrou para o programa dos Jogos Paralímpicos em Pequim 2008, com conquista do bronze no Skif Feminino pelo Brasil. Em Londres, as provas acontecerão nas águas de Eton Dorney e a Seleção Brasileira competirá pela primeira vez com a equipe completa. Cláudia Santos é uma das favoritas ao pódio em sua prova. Na Alemanha, Cláudia ficou atrás apenas da ucraniana Alla Lysenko. A francesa Nathalie Benoit, tradicional adversária da brasileira, ficou apenas com o quarto lugar. “Um passo já foi dado. Agora só falta mais um “obstáculo” para o sonho do ouro ser real. Estou treinando forte e acredito no pódio. Espero que vocês torçam por mim”, disse a brasileira. Austrália, Grã Bretanha; Rússia e Alemanha também são países com tradição na modalidade. A equipe brasileira, porém, promete fazer o máximo para conquistar o pódio em Londres. A equipe é coordenada por Rodrigo Rojas sob os treinos dos técnicos José Paulo de Lima e Acácio Lemos. Entenda a Classificação funcional da modalidade: Os atletas são enquadrados em classes conforme sua capacidade motora e cada classe compete utilizando um tipo de barco. Um remador pode competir em uma categoria superior, mas não inferior. Por exemplo, remadores AS e TA podem competir em eventos de LTA, mas um atleta LTA não pode competir em uma corrida TA

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Vela Adaptada

A participação do Brasil no Mundial de Vela Adaptada, em Weymouth (Inglaterra) entra para a história da modalidade. A competição classificatória para Londres 2012 reuniu os melhores velejadores com deficiência do mundo e foi palco da conquista inédita brasileira na classe Skud 18 (tetraplégicos). Dentre cinco vagas, a dupla verde e amarela garantiu a quarta e única para o País. A disputa foi marcada por estreias. Há dois anos na vela adaptada, Elaine Cunha, 29 anos, foi a primeira mulher a integrar a seleção brasileira. Ao lado do timoneiro Bruno Neves, 25, a atleta velejou pela primeira vez no barco Skud 18 já em Weymouth, para a competição. Competindo fora do país pela primeira vez com o Skud 18, Elaine e Bruno treinam pelo Projeto Superação, no clube ASBAC Guarapiranga, em São Paulo. “Foi diferente, porque a gente treina num barco mais simples e numa represa que não tem correnteza e o vento é mais fraco. A conquista foi uma surpresa para todos nós, porque era minha estreia e nossa primeira experiência com o barco. Ele é excelente! Bruno e eu nos apaixonamos e estamos animados. O Skud 18 nos permitiu um desempenho melhor por ter uma aerodinâmica boa, mais potente, velas melhores”, enumerou, entusiasmada. Elaine, que sofreu um acidente de carro há quatro anos, conheceu o esporte adaptado na AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente). “Aprendi a nadar lá e depois me apresentaram ao remo adaptado. Fiz um ano e depois conheci minha fisioterapeuta, que também é classificadora funcional. Ela me falou sobre a vela e eu me interessei. Isso aconteceu há dois anos e não esperava que em tão pouco tempo eu estaria representando o Brasil numa competição tão grande e menos ainda que iria para uma Paraolimpíada. Foi tudo muito emocionante”, revelou Eliane. Bruno começou a treinar na vela há dois anos e está bastante animado com a conquista. “Agora vamos trabalhar para conseguir o mesmo barco para treinarmos com ele aqui no Brasil. O Mundial foi uma experiência maravilhosa e um desafio muito grande. Em um dos dias pegamos um vento de 26 nós. Alguns barcos nem saíram e nós conseguimos completar as duas regatas”, contou o velejador, que treina com a parceira na Represa de Guarapiranga (SP). O Brasil também participou das disputas nas classes Sonar, com três atletas – Ricardo Messias, Rinaldo dos Santos e Antonio Castro – e na 2.4 mr com Mario Czaschke, além de seis pessoas no staff, entre técnicos, fisioterapeutas e acompanhantes. “Foi a primeira vez que o Brasil correu nas três classes. Foi uma surpresa conseguirmos vaga na classe Skud 18, que começamos a trabalhar neste ano”, comentou a diretora-secretária da Confederação Brasileira de Vela, Nina Castro. O presidente da Confederação Brasileira de Vela Adaptada (CBVA), Walcles Alencar Osório, comemorou a conquista, considerada um feito histórico. “Essa conquista é muito importante para a vela adaptada brasileira. Primeiro porque foi com a primeira mulher a competir pelo Brasil e segundo porque foi numa classe que ainda não tínhamos conseguido competir internacionalmente”, finalizou Osório.

sábado, 11 de agosto de 2012

o que é Síndrome de Down?

A síndrome de Down é uma doença genética em que uma pessoa tem 47 cromossomos em vez dos 46 normais. Causas Na maioria dos casos, a síndrome de Down ocorre quando há uma cópia adicional do cromossomo 21. Essa forma de síndrome de Down é chamada de Trissomia do 21. O cromossomo extra causa problemas na forma com que o corpo e o cérebro se desenvolvem. A síndrome de Down é a causa mais comum de problemas de nascença em humanos. Exames O médico normalmente pode fazer um diagnóstico inicial da síndrome de Down no nascimento com base na aparência do bebê. O médico pode ouvir um sopro cardíaco ao escutar o peito do bebê com o estetoscópio. Pode ser feito um exame de sangue para verificar a presença do cromossomo extra e confirmar o diagnóstico. Consulte: Análises de cromossomos Outros exames que podem ser feitos incluem: •Ecocardiograma para verificar se há problemas cardíacos (normalmente feito logo após o nascimento) •ECG •raios X do tórax e do trato gastrointestinal As pessoas com síndrome de Down devem ser examinadas cuidadosamente em busca de determinadas doenças. Devem ser feitos: •Exame oftalmológico todos os anos durante a infância •Testes de audição a cada 6 - 12 meses, dependendo da idade •Exames dentários a cada 6 meses •raios X da coluna superior ou cervical entre as idades de 3 a 5 anos •Exame de Papanicolau e exames pélvicos a partir da puberdade ou a partir dos 21 anos •Teste de tireoide a cada 12 meses

sábado, 7 de julho de 2012

A CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN E SUA FAMÍLIA

Por Fernanda Travassos-Rodriguez Fala-se muito a respeito da inclusão escolar e social do indivíduo com Síndrome de Down, contudo se esquece de que quem apresenta e inclui a criança desde o nascimento na sociedade é a própria família. Alguns pais de bebês, vítimas de um (pré) conceito internalizado, muitas vezes, enraizado e tácito, retraem-se do contato social aparentemente por temor ao preconceito alheio. No entanto, não se dão conta de que através dos olhos de outros possam ver o reflexo de seus próprios afetos temidos e guardados, que freqüentemente despertam-lhes sentimentos de vergonha e culpa. Cada um de nós constrói ao longo da vida suas crenças, valores, conceitos e mesmo preconceitos. Este processo é uma construção em via de mão dupla com o meio em que vivemos. Escrevemos a nossa história dentro de uma época, de uma família e de uma sociedade. Sem este contexto, não poderíamos atribuir valor a nada nas nossas vidas. São os nossos paradigmas. Entretanto, pensando em práticas sociais, podemos dizer que o mundo de alguma maneira nos forma, mas também podemos dizer que formamos o mundo, pois são as nossas idéias, produto da nossa história com o nosso meio, que “realimentam” os paradigmas da nossa cultura. Sendo assim, o preconceito social não existe como uma “entidade própria”, ele é constantemente reproduzido pela maioria de nós no cotidiano. Muitos pais de crianças com Síndrome de Down, passaram grande parte da vida sem terem contato com nenhuma criança, adolescente ou adulto nestas condições. Formaram (pré) conceitos sobre a síndrome e seus portadores, assim como todos nós formamos (pré) conceitos sobre uma infinidade de temas que genuinamente desconhecemos. No momento que alguém se torna pai, mãe ou mesmo irmão de um bebê com Síndrome de Down seus preconceitos não desaparecem de imediato e isto pode causar muita dor e como já citamos há uma mistura de culpa e vergonha dos próprios sentimentos e da condição filho ou irmão. Como a palavra preconceito na sua etimologia assinala, trata-se de uma idéia construída a priori, de forma precoce e que não inclui uma vivência ou conhecimento acerca do objeto alvo de julgamento. Concluímos, portanto, que a única maneira de transformar o preconceito pessoal e/ou social, visto que eles estão intimamente relacionados, é através da informação e da proximidade com o tema. Vemos que muitas pessoas são capazes de transformar os seus preconceitos acerca dos portadores de diversos tipos de deficiência ao longo de um intenso aprendizado de vida com os próprios filhos, mas, às vezes, por uma série de fatores, outros pais não têm esta possibilidade e mantém o preconceito “engavetado”, mascarado sob uma série de atitudes que acabam por reforçar a exclusão social do próprio filho. São pessoas sofridas e que não conseguiram transformar as suas crenças. Precisam de ajuda, mas, muitas vezes nem sabem. A presença do indivíduo com Síndrome de Down na escola regular, na mídia e na sociedade de forma mais ampla denota uma mudança produzida pela nossa subcultura, já que acreditamos que tais elaborações são recíprocas. Não se trata de um movimento independente do nosso contexto, senão não seria significativo. Assistimos hoje um momento que pode se tornar histórico, um ponto de bifurcação que pode gerar uma mudança do conceito que se tinha sobre a pessoa com Síndrome de Down dentro do imaginário social. Isto não muda a sociedade em si, isto muda as idéias das pessoas que contróem socialmente valores, normas, padrões, conceitos e preconceitos. Contudo, podemos dizer que a inclusão começa em casa, seja em relação aos pais que têm filhos com Síndrome de Down, seja com pais que têm filhos sem nenum tipo de síndrome e que permitem que seus filhos conheçam, se aproximem e convivam com as diferenças. Todos nós estamos incluídos nesta história e enquanto as pessoas não se derem conta disso, apenas os que sofrem o preconceito na própria carne serão capazes de pensar em alternativas para a transformação social. No caso da criança com Síndrome de Down, como já vimos, existe uma grande necessidade que ela seja genuinamente inserida na sua família para que possamos pensar em qualquer tipo de inclusão, pois uma inclusão que não é baseada em crenças verdadeiras dos próprios pais não funciona, não vinga e não transforma aqueles que cercam a criança. Dizemos isto porque a luta pela inclusão na nossa sociedade consiste em um batalha muito dura. Há uma guerra travada com aqueles que não aceitam nem as próprias diferenças e vivem em busca de modelos ideais. Portanto, a família que não trabalha muito bem todas estas questões dentro de si, provavelmente terá pouca energia para ir mais longe nesta luta e, então, fica muito difícil pensar em inclusão escolar e social. Os pais, muitas vezes, têm um preconceito que é anterior (como a própria palavra já diz) ao nascimento do filho e com freqüência não se dão conta disto até que alguém os aponte. Com este preconceito internalizado e muitas vezes culpados por estes sentimentos camuflam esta questão. Tal problemática fica evidenciada quando tentam incluir seu filho na vida escolar e social. Nestes casos, vemos a necessidade de um trabalho cuidadoso e minucioso junto aos familiares que não se trata de orientação, nem prescrição, pois assim não damos espaço para acolher o lado preconceituoso dos próprios pais e dar-lhes a possibilidade de transformação, trata-se mesmo de um trabalho psicoterápico realizado por profissional especializado no assunto. Na pesquisa de campo para a tese de doutorado: Síndrome de Down - da estimulação precoce ao acolhimento familiar precoce, percebemos que atitudes prescritivas e imperativas dos profissionais que lidam com pais de crianças com Síndrome de Down aumentavam ainda mais o preconceito internalizado dos pais em relação aos filhos, visto que os pais, ao se sentirem recriminados por se identificarem com atitudes preconceituosas, guardavam e escondiam mais ainda dentro de si, tais sentimentos considerados por eles vergonhosos, ao ponto de não mais reconhecer o próprio preconceito, ter a possibilidade de entrar em contato com ele e transformá-lo. Portanto, com o tempo fica cada vez mais difícil ajudar e identificar esta parcela da sociedade que teve o seu preconceito silenciado por não ter acesso a um espaço com profissionais especializados que pudessem suportar escutar e acolher junto com os pais as angústias próprias de um momento tão delicado: o tornar-se familiar de um bebê com a Síndrome de Down. Quando este trabalho é feito ou quando as famílias conseguem realizá-lo de maneira natural a criança está pronta para ser inserida numa esfera maior. O bebê com Síndrome de Down pode ser inserido na sociedade desde bem pequeno quando freqüenta em seus passeios de carrinho os mesmos lugares que os outros bebês considerados “normais”, freqüenta as reuniões de família, as festinhas de outras crianças e todas as outras coisas que qualquer criança deveria fazer. No entanto, mais tarde, através da escola haverá uma inclusão mais contundente que colocará a prova o preconceito de cada educador com que a criança se deparar e também o dos outros pais de crianças que freqüentem a mesma escola, no caso de escolas regulares. O momento da inclusão escolar é muito complicado para a família da criança com Síndrome de Down, mesmo que ela tenha trabalhado bem suas questões relativas ao preconceito. Isto porque os pais temem a exposição do próprio filho a um ambiente que muitas vezes é hostil ou despreparado para lidar com as diferenças. Ficam com medo da discriminação e querem proteger o filho de qualquer tipo de sofrimento. Contudo, as crianças vão para a escola não só para aprender português ou matemática, mas também para se socializar. Vão aprender na prática as regras do nosso convívio e por isso é tão importante que a criança com Síndrome de Down possa participar disso também. Em primeiro lugar, ela ensina aos colegas que a vida é feita de diferenças e que é possível lidar com as mesmas sem ter que buscar modelos ideais. Em segundo lugar, a criança com Síndrome de Down começa desde bem cedo a aprender a ter que lidar com a sociedade como ela é. Não se criam mundos paralelos para a criança que, nestes casos, apenas na adolescência começará a se deparar com um mundo diferente do que construíram para ela. Isto causa sofrimento e cria mais dificuldades no processo de inclusão deste indivíduo. Finalmente, acreditamos que um trabalho bem feito de inclusão começa dentro de casa e isto modifica a sociedade e facilita a vida destas crianças em um futuro próximo. Afinal, estamos todos dentro deste grande barco chamado sociedade.