sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Vela Adaptada

A participação do Brasil no Mundial de Vela Adaptada, em Weymouth (Inglaterra) entra para a história da modalidade. A competição classificatória para Londres 2012 reuniu os melhores velejadores com deficiência do mundo e foi palco da conquista inédita brasileira na classe Skud 18 (tetraplégicos). Dentre cinco vagas, a dupla verde e amarela garantiu a quarta e única para o País. A disputa foi marcada por estreias. Há dois anos na vela adaptada, Elaine Cunha, 29 anos, foi a primeira mulher a integrar a seleção brasileira. Ao lado do timoneiro Bruno Neves, 25, a atleta velejou pela primeira vez no barco Skud 18 já em Weymouth, para a competição. Competindo fora do país pela primeira vez com o Skud 18, Elaine e Bruno treinam pelo Projeto Superação, no clube ASBAC Guarapiranga, em São Paulo. “Foi diferente, porque a gente treina num barco mais simples e numa represa que não tem correnteza e o vento é mais fraco. A conquista foi uma surpresa para todos nós, porque era minha estreia e nossa primeira experiência com o barco. Ele é excelente! Bruno e eu nos apaixonamos e estamos animados. O Skud 18 nos permitiu um desempenho melhor por ter uma aerodinâmica boa, mais potente, velas melhores”, enumerou, entusiasmada. Elaine, que sofreu um acidente de carro há quatro anos, conheceu o esporte adaptado na AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente). “Aprendi a nadar lá e depois me apresentaram ao remo adaptado. Fiz um ano e depois conheci minha fisioterapeuta, que também é classificadora funcional. Ela me falou sobre a vela e eu me interessei. Isso aconteceu há dois anos e não esperava que em tão pouco tempo eu estaria representando o Brasil numa competição tão grande e menos ainda que iria para uma Paraolimpíada. Foi tudo muito emocionante”, revelou Eliane. Bruno começou a treinar na vela há dois anos e está bastante animado com a conquista. “Agora vamos trabalhar para conseguir o mesmo barco para treinarmos com ele aqui no Brasil. O Mundial foi uma experiência maravilhosa e um desafio muito grande. Em um dos dias pegamos um vento de 26 nós. Alguns barcos nem saíram e nós conseguimos completar as duas regatas”, contou o velejador, que treina com a parceira na Represa de Guarapiranga (SP). O Brasil também participou das disputas nas classes Sonar, com três atletas – Ricardo Messias, Rinaldo dos Santos e Antonio Castro – e na 2.4 mr com Mario Czaschke, além de seis pessoas no staff, entre técnicos, fisioterapeutas e acompanhantes. “Foi a primeira vez que o Brasil correu nas três classes. Foi uma surpresa conseguirmos vaga na classe Skud 18, que começamos a trabalhar neste ano”, comentou a diretora-secretária da Confederação Brasileira de Vela, Nina Castro. O presidente da Confederação Brasileira de Vela Adaptada (CBVA), Walcles Alencar Osório, comemorou a conquista, considerada um feito histórico. “Essa conquista é muito importante para a vela adaptada brasileira. Primeiro porque foi com a primeira mulher a competir pelo Brasil e segundo porque foi numa classe que ainda não tínhamos conseguido competir internacionalmente”, finalizou Osório.

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